Você sabia que a forma que você se expressa altera a forma que você enxerga o mundo? Descubra como os idiomas influenciam sua vida e como aprender novas línguas te farão uma pessoa melhor!
Primeiramente conheça os Pirahã. Conformes, nas profundezas da Floresta Amazônica, às margens do Rio Maici, uma pequena tribo de pouco mais de 100 pessoas vivem suas vidas focadas na pesca e na lavoura. Um povo pacato e muito simples, os Pirahã, tem uma característica marcante: sua língua. Eventualmente, diversas tentativas de traduções e de aprendizado do dialeto falado foram realizadas desde o primeiro contato da etnia com a civilização moderna em meados de 1921.
Posteriormente, apenas por volta de 1977, que o então pesquisador e missionário cristão Daniel Everett se une a tribo e consegue aprender a língua considerada a mais difícil do mundo. Eventualmente, consegue também compreender aspectos da vida cotidiana dos Pirahã que seriam muito relevantes para os estudos em torno da linguística e suas influências na forma como agimos e pensamos.
Com apenas três vogais e oito consoantes, não apenas a língua pode ser falada, gritada, cantada ou assobiada, como pode até mesmo ser pronunciada enquanto se come – com a boca cheia. Não existem palavras para determinar os diferentes tons e cores, não há números e nem o conceito de passado e futuro.
Surpreendentemente, as diferenças vão além: qualquer coisa que eles mesmos não possam presenciar é dado por inexistente, por isso metáforas, contos, ficção, arte e mitos não são compreendidos por eles. Simplesmente o que importa para eles é o presente, moldando a maneira como eles enxergam as coisas. O seu mundo é definido pelo aqui e agora. Eles sabem que existe passado, mas não conseguem expressá-lo pois não faz parte do universo deles, “o passado já era”.
“Aprendi sobre uma autoconfiança que eles têm de poder lidar com seu meio ambiente, e a felicidade que essa confiança traz para eles. Eles sabem que existe um passado, mas não falam sobre ele porque o passado já era, ‘o importante é cuidar dos nossos filhos, cuidar do meu ambiente agora e não se preocupar com o futuro'”
Daniel Everett, linguista que fez o primeiro mapeamento da língua dos Pirahã
Já parou para pensar por que você pensa da forma como você pensa? O que realmente influenciou na formação dos seus pensamentos? Há muito tempo que se discute a relação entre a língua que falamos e a forma que vivemos e pensamos.
Acredita-se que a maneira que as pessoas vivem é condicionada (e talvez até determinada) pela língua que elas falam. Há quem diga que o estudo de um determinado idioma pode levar ao entendimento de uma concepção de mundo que seja característica desta fala; ideias pensadas em determinadas línguas poderiam não ser compreendidas por falantes de outras.
A teoria que descreve que o idioma falado e o pensamento seriam interdependentes é a Teoria Sapir-Whorf, conhecida também como teoria do relativismo linguístico. É suposto uma diferença cognitiva entre as línguas e aprender novas línguas é uma forma de compreender um maior número de possibilidades.
Faça um teste. Feche o olho e aponte para a direção Norte. Provavelmente, você não conseguiu ser muito preciso ou precisa. Contudo para os Aborígenes isso seria uma tarefa fácil, pois para eles não há palavras que determinem direita ou esquerda.
Ao contrário de muitas culturas ocidentais e orientais, o ponto de referencia primordial dos Aborígenes não é o próprio indivíduo, e sim o ambiente à sua volta. Para descrever direções, eles utilizam os pontos cardeais. Isso permite frases bem interessantes, como “hoje de manhã eu amarrei primeiro o meu sapato do lado apontado para o leste”.
Por ser um povo nômade e que passa boa parte da sua vida ao ar livre, os Aborígenes mostram uma sensibilidade muito profunda em relação a maneira que eles enxergam o mundo ao seu redor e voltada aos elementos naturais e os astros. Em suma, sua percepção afeta não apenas como eles descrevem direita ou esquerda, mas define até mesmo a percepção da passagem do tempo.
Se imaginarmos uma linha do tempo geralmente pensamos em uma linha que inicia na esquerda e que segue para a direita. Porém um teste mostrou que para um indivíduo pertencente do povo Aborígene a passagem de tempo também é coordenada pelos pontos cardeais, de leste para oeste, como a passagem do dia. Ao solicitar que fosse ordenado em ordem cronológica algumas fotos representando um bebê, uma criança, um homem e um velho, o nativo australiano sequenciou de forma que ficasse alinhada ao eixo leste-oeste, sem respeitar necessariamente uma posição pré estabelecida. É incrível como idiomas influenciam sua vida.
A cultura de um povo é diretamente atrelada aos saberes, hábitos e crenças, todos estes tendo como expressão máxima a língua vernácula, a linguagem informal falada entre as pessoas no dia a dia. É através da linguagem que uma avó ensina a família toda aquela receita de remédio caseiro que cura qualquer dor.
O nosso cérebro trabalha criando padrões para facilitar o nosso dia. Da mesma fora, nossa linguagem nada mais é que um sistema de padrões sonoros que podem ser representados através de símbolos. Isso permite nos comunicar e compartilhar informações. É inevitável que até mesmo as tarefas mais mundanas passem por algum tipo de interferência dessa nossa forma de expressão.
Dessa forma, falantes de diferentes línguas darão mais ênfase em determinados pontos que outros ao narrar um acontecimento. Devido à cadência e entonação,a lógica de formação das frases de cada idioma são bem diferentes entre si. Isso faz com que a própria testemunha ao presenciar um fato, se atenha a detalhes e preste mais atenção nesses pontos, de forma a facilitar a transmissão da mensagem.
É até mesmo difícil de se pensar em algo, dentro da sua mente, sem que você utilize a linguagem. Utilizamos a linguagem até mesmo de forma interna, em nossas reflexões e pensamentos mais íntimos.
Desta maneira, cada idioma traz em sua bagagem não apenas vocábulos, regras e fonemas. Junto vem de brinde toda a herança histórica, todo o conhecimento gerado, todas as novas possibilidades. De repente você tem acesso a um maior número de informações, essas que talvez não existiam em sua língua-mãe. Você tem acesso às pessoas que falam esse idioma, entrando para uma rede de colaboração e sinergia que permite que novos assuntos sejam comentados e discutidos – novos horizontes são alcançados.
Em todo este artigo eu comentei sobre as diversas formas que os idiomas influenciam na maneira que vivemos. Às vezes é um passo que irá abrir uma porta de emprego, um passo que irá te permitir realizar o seu sonho de
visitar um país, ou ainda o tão esperado intercâmbio acadêmico. Todas estas questões tem um ponto em comum: a transformação gerada por uma língua.
Definitivamente, a mudança começa quando se decide dar o primeiro passo rumo ao seu sonho, e é assim que a Private Language Center têm levado seus alunos a uma jornada de redescoberta e desenvolvimento.
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